Eu

Queria que todo mundo me conhecesse, não sendo famoso. As pessoas que realmente importam me conhecessem. Eu devo ser a única pessoa do mundo que queira isso, ser um mistério é quase uma qualidade na concepção de alguns. Mas a culpa é minha de não ter vindo com manual de instruções.

Sou quase um paradoxo, o “bruto sensível”, a linha tênue entre o bom e ruim, meu diferencial é o humor, tudo tem hora, lugar e motivo certo. Como todos, tenho as variações de humor devido a percalços, mas o que seria nossa vida se ela fosse sempre perfeita?

Pelo menos eu acho que ia ser um saco!

Têm certas situações que é melhor ficarmos calados, assim, no fundo, todos nós somos muito inteligentes, calculistas e às vezes frios. Isso é muito útil em situações apertadas, eu, por exemplo, sei como a pessoa vai agir, como vai terminar e por qual motivo o fez, porém, não sei evitar nem muito menos influenciar a desistência de tal feito.

Meu problema é entender as pessoas, ou pelo menos achar que entende. Essa ferramenta de persuasão não eficaz é quase inútil, ela “só” ajuda na hora de fortalecer relações, chega a ser engraçado a reação das pessoas, mesmo que silenciosa, dá de perceber pelas entrelinhas todas as ações e reações.

As indecisões, os conflitos internos, os interesses externos, o jejum seguido da gula extrema e a vida em geral, tudo isso é importante pra vocês (pra mim também).
Assim, todos nós fazemos armadilhas para a morte ao longo da vida, mas ela nunca cai. Então esperamos “lentamente” o dia em que essa roda viva tenha fim.

Acho que é por isso que a morte nos dá um resumo, fazendo “ver a vida toda passar diante dos olhos”.

Logo termino assim, fazendo da minha personalidade viva uma coisa semi-pública para que no fim vida de todos vocês que importam, o meu resumo esteja nos créditos extras do filme da sua vida.

Obrigado e nos revemos no seu leito de morte (sem desprezo).