e agora luanna?

e agora luanna?
o ano acabou.
o natal já passou.
o amor não sumiu.
e nem esfriou.

e agora, luanna?
e agora, você?

voce que tem dois nomes.
que zomba dos outros.
voce que faz versos.
que ama festas.
e agora luanna?

está sem seu namorado.
sem cadela.
está sem carinho.
ainda não pode beber.
ainda não pode fumar.
mas cuspir já pode.
a noite esfriou.
o dia não veio.
o riso não veio.
você não anda de bonde.
mas tem suas utopias.
e tudo quase acabou.
vc quase fugiu.
e nada mofou.

e agora, luanna?
sua doce palavra.
seus milhares de instantes de febre.
sua gula(e depois seu jejum arrependido)
sua biblioteca.
suas coroas de ouro.
seu vestido de vidro
sua incoerência
seu ódio - e agora?

com a passagem na mão
quer ir embora
mas não pode.
quer voltar pra perto do rio.
mas o rio secou.
quer sair de minas.
pra vc, minas nem existe mais.
luanna, e agora?

se voce gritasse,
se voce gemesse,
se você tocasse(piano),
a valsa vienesse,
se você dormisse
se você cansasse,
se você morresse(nãããããão)...
mas voce não morre
você é dura, luanna.

Sozinha no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,(na verdade tem sim)
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto(quem mandou largar a eqüitação?)
que fuja a galope,
você não é dessas, luanna!
você é minha menina